terça-feira, 25 de outubro de 2011

Mestre Zulu - Vida e Obra









Antônio Batista Pinto (Mestre Zulu), Pós-Graduado em Didática e em Metodologia do Ensino Superior, autodidata, pesquisador e mestre de capoeira, introdutor da capoeira na Rede Oficial de Ensino-DF, fundador do Centro Ideário de Capoeira, Técnico da Seleção Escolar de Capoeira de 1985/1990, realizou 19 Edições da Grande Roda Brasileira de Capoeira-GRBC, na época era um dos maiores eventos e congregava capoeiristas de todo o país. Dentre os trabalhos mais relevantes publicados, citamos: Capoeira: Arte, Folclore e Luta; Catira ou Cateretê; Pequeno histórico da Capoeira; Sistema de Graduações de Capoeira; Metodologia do Ensino de Capoeira; Ritmos Afro-Brasileiro; Características Imutáveis da Capoeira; Cânticos de Capoeira; Regulamento de Competições de Capoeira; Regulamento Técnico Escolar de Capoeira; Regulamento do Centros de Aprendizagem de Capoeira CAC`s; Depoimento Sobre o Ideário Beribazu de Capoeira; Capoeira Arte-Luta; Manifesto Evocativo da Capoeira e o Livro Idiopráxis Capoeira. Fundador do Grupo de Capoeira Beribazu, O Grupo de capoeira beribazu, foi fundado no dia 11 de agosto de 1972, no Colégio Agrícola de Brasília, em Planaltina-DF. O Grupo Beribazu constitui-se numa instituição organizada historicamente e inserida no contexto social com uma sistemática administrativa e operacional. Os integrantes do Grupo Beribazu tem um vinculo definido com os princípios que regem suas ações. O Grupo Beribazu é uma instituição forte, maior até que a soma de todos os seus integrantes juntos. Em sua trajetória histórica, o Grupo sempre esteve vinculado as instituições escolares, mantendo com elas um estreita relação. O Grupo Beribazu procura elaborar um síntese que busca a superação da dicotomia Capoeira Angola/Capoeira Regional, procurando difundir a capoeira da forma mais abrangente possível, através de resgate crítico dos seus valores histórico-culturais, sendo regido juridicamente por um estatuto que define seus objetivos e orienta suas ações. No dia 29 de junho de 1994 foi criado e organizado o Conselho de Mestres do Grupo Beribazu para exercer sua direção. Atualmente existem representações do Grupo Beribazu em vários estados do Brasil e no Exterior. O Mestre Zulu, já formou diversos mestres de capoeira, dentre eles: Mestre Odilon/ES, Mestre Íris/ES, Mestre Carlos Henrique/ES, Mestre Falcão/DF, Mestre RenatoDF, Mestre Onça/DF - www.centroarteluta.com.br, Mestre Sardinha/DF, Mestre Fábio/ES, Mestre Abdi/DF, Mestre Dionísio/DF, Mestre Divino/DF, Mestre Abimar/DF e vários outros professores espalhados pelo mundo. Introdutor da capoeira na Rede Oficial de Ensino do Distrito Federal dede o ano de 1982, o referido projeto é coordenado pela Fundação Educacional do Distrito Federal (FEDF). Tudo começou ainda de forma informal no Colégio Agrícola de Brasília, http://picasaweb.google.com/fotosarteluta/Diversas#slideshow aonde o Mestre Zulu, era professor. O projeto ganhou consistência e o Mestre Zulu buscou com muita dedicação e trabalho novas alternativas para ampliar e sedimentar a idéia da capoeira nas Escolas Públicas do Distrito Federal. História da Luta: No ano de 1979, a Secretária de Educação do DF (Eurides Brito), em visita ao COLÉGIO AGRÍCOLA DE BRASÍILIA, assistiu uma apresentação e ficou vislumbrada com a riqueza da nossa capoeira. Mestre Zulu, expôs suas idéias e a secretária prometeu empenhar-se na para implantação da capoeira na Fundação Educacional do DF. No ano de 1981, Mestre Zulu e Inezil Pena Marinho apresentaram à Secretaria de Educação do Distrito Federal, um projeto Integrado de Capoeira e “Ginática Brasileira”. Depois de várias anos de tramitação o referido projeto foi aprovado ainda de forma experimental, com Sede Experimental no Colégio Agrícola de Brasília-DF. No ano de 1986, Mestre Zulu, apresentou um novo projeto a FEDF, intitulado “Prospectiva Construtivista de Capoeira”, com os seguintes objetivos: expandir o ensino de capoeira na Rede Oficial de Ensino do Distrito Federal, tendo por base as seguintes metas: a) Implementação de CAC´s - Centro de Aprendizagem de Capoeira b) Instrumentalização de professores de Educação Física através de cursos e reciclagens. No ano de 1987, Mestre Zulu, apresentou novo projeto chamado de “Curriculos e Programas” que tinha como objetivos: a) A capoeira em Nível Fundamental. b) A capoeira em Nível de Treinamento Básico e c) A capoeira em Nível de Treinamento Desportivo. O referido projeto funcionou e ainda funciona, como um dos mais belos exemplos de PROPOSTA PEDAGÓGICA, tendo por base a HISTÓRIA E CULTURA DO POVO BRASILEIRO. As Grandes Rodas Brasileira de Capoeira-GRBC, foram um dos maiores eventos da História da Capoeira do Brasil. Promovida pelo Grupo Beribazu, sob a coordenação do Mestre Zulu. Foi Realizada anualmente no Distrito Federal-DF, em várias escolas e espaços públicos, tais como: Colégio Agrícola de Brasília-CAB, Ascad, Caseb, Ceub e no Ginásio Cláudio Coutinho, entre outros. Durante dezenove anos consecutivos foram realizadas as Grandes Rodas Brasileira de Capoeira-GRBC, no ano de 1976, foi realizada a Iª Grande Roda Brasíleira de Capoeira no COLÉGIO AGRÍCOLA DE BRASÍLA—CAB. Contou com a participação de diversas Unidades da Federação. O evento foi marcado pelas competições de capoeira (Combate, exibição (duplas e Tríades) e estilo (individual), Festival de Cantigas, Debates e Palestras com mestres e convidados. Dentre os seus principais objetivos podemos destacar: a) Desenvolver o Intercâmbio social e desportivo entre os capoeiristas de todo território nacional. 2) Fomentar o aprimoramento técnico-desportivo da modalidade. 3) Firmar a capoeira como meio eficiente para superação do indivíduo dentro do processo educacional. 4) Sensibilizar o Poder Público, as Federações e a Confederação para a acuidade de uma política digna e racional para a capoeira. A Grande Roda, tornou-se um evento disseminador das várias facetas da capoeira, pois era aberto, eclético e democrático. Mestre Zulu, atualmente, desenvolve trabalhos de capoeira na cidade de Sobradinho - Distrito Federal, através do Centro Ideário ensinando e divulgando a capoeira e formando cidadãos críticos e consciente para o mundo.


Mestre Onça
Centro Arte Luta

Beribazu-DF




























Contato:
































































Mestre Bimba - Vida e Obra



Dedicada a Obra de Mestre Bimba Manoel dos Reis Machado (Mestre Bimba), O Criador da Capoeira Regional Baiana. A Capoeira Regional é uma manifestação da cultura baiana, que foi criada em 1928 por Manoel dos Reis Machado ( Mestre Bimba ). Bimba utilizou os seus conhecimentos da Capoeira Angola e do Batuque para criar a CAPOEIRA REGIONAL. CARACTERÍSTICAS DA CAPOEI...RA REGIONAL DA BAHIA: 1. EXAME DE ADMINSSÃO: Consistia de três exercícios básicos, cocorinha, queda de rins e deslocamento (ponte), com a finalidade de verificar a flexibilidade, força e equilíbrio do iniciante. Em seguida a aula de coordenação onde o aluno aprendia a gingar auxiliado pelo Mestre Bimba. Para ensinar a ginga, Mestre Bimba convidava o aluno para o centro da sala e frente a frente pegava-o pelas mãos e ensinava primeiramente os movimentos das pernas e a colocação exata dos pés, e em seguida realizava o movimento completo em coordenação com os braços. Este momento era importantíssimo para o iniciante pois lhe transmitia coragem e segurança. 2. SEQUÊNCIAS DE ENSINO: Criou o primeiro método de ensino da capoeira, que consta de uma seqüência lógica de movimentos de ataque, defesa e contra-ataque, podendo ser ministrada para os iniciantes na forma simplificada, o que permite que os alunos aprendam jogando com uma forte motivação e segurança. Jair Moura, Ex-aluno explica: "Esta seqüência é uma série de exercícios físicos completos e organizados em um número de lições práticas e eficientes, a fim de que o principiante em Capoeira, dentro de um menor espaço de tempo possível, se convença do valor da luta, como um sistema de ataque e defesa". A seqüência original completa de ensino é formada com 17 golpes, onde cada aluno executa 154 movimentos e a dupla 308, o que desenvolve sobremaneira o condicionamento físico e a habilidade motora específica dos praticantes. 3. OS GOLPES DA CAPOEIRA REGIONAL SÃO: Aú - Armada - Arrastão - Bênção - Cocorinha - Rolê - Cabeçada - Godeme - Galopante Giro - Joelhada - Martelo - Meia Lua de Compasso - Queixada - Negativa - Meia Lua de Frente. 4. CINTURA DESPREZADA: É uma seqüência de golpes ligados e balões, também conhecidos como Movimentos de Projeção da Capoeira, onde o capoeirista projeta o companheiro, que deverá cair em pé ou agachado jamais sentado. Tem o objetivo de desenvolver a autoconfiança, o senso de cooperação, responsabilidade, agilidade e destreza. Os golpe que fazem parte desta seqüência são: Elementos usados na Cintura Desprezada de Bimba: Aú - Balão de lado - Tesoura de costas - Balão cinturado Apanhada Gravata alta. 5. BATIZADO: É um momento de grande significado para o aluno, pois encontra-se apto para jogar pela primeira vez na roda. Itapoan, Ex-aluno retrata o Batizado da seguinte maneira: "O Batizado consistia em colocar em cada calouro um nome de guerra. O tipo físico, o bairro onde morava, a profissão, o modo de se vestir, atitudes, um dom artístico qualquer, serviam de subsídios para o apelido". Fred Abreu referindo-se ao batizado, cita que na intimidade da Academia de Mestre Bimba ele assim se dizia "Você hoje vai entrar no aço". Desta maneira o Mestre avisava ao calouro que chegou a hora do seu batizado, era um momento de grande emoção, pois tratava-se de jogar capoeira pela primeira vez na roda amimada pelo berimbau. Para este jogo era escolhido um formado ou um aluno mais velho da Academia que estivesse na aula, que como padrinho incentivava ao afilhado a jogar, e após o jogo o Mestre no centro da roda levantava a mão do aluno e então era dado um apelido com o qual passaria a ser conhecido na capoeira. 6. ESQUENTA BANHO: Originou-se da necessidade dos alunos de se manterem aquecidos. Logo após o termino da aula todos os praticantes corriam para o banheiro afim de tomarem uma chuveirada, no entanto o banheiro da academia era pequeno com um só chuveiro com água fina, o que proporcionava um congestionamento e a inevitável fila. Para não esfriar o corpo, os alunos mais velhos, normalmente os formados tomavam a iniciativa e começava o "Esquenta Banho". Este era um momento fértil da aula, pois se tratava do espaço do aluno, também chamado de "Bumba Meu Boi" ou "Arranca Rabo" devido aos freqüentes desafios para o acerto de contas, como exemplo, descontar um golpe tomado durante a roda. Muitos formados aproveitavam para testar suas capacidades desafiando dois, três, ou mais adversários. Também era muito comum o utilizar esse momento para o treinamento de golpes difíceis e sofisticados como: vingativa, rasteira, banda de costa e etc. 6. Formatura: A formatura era um dia todo espacial para o Mestre e seu alunos, um ritual com direito a paraninfo, orador, e madrinha, lenço de seda azul e medalha. A festa era realizada no Sítio Caruano no Nordeste de Amaralina na presença dos convidados e de toda a academia. Os formando vestidos todo de branco, usando basqueteira, atendiam o chamado do Mestre Bimba que solicitava a demonstração de golpes, seqüência, cintura desprezada, jogo de esquente (jogo combinado), em seguida a prova de fogo, o jogo com os formados, também chamado de "Tira Medalha", um verdadeiro desafio, onde os alunos formados antigos tentavam tirar a medalha dos formados com o pé, e assim manchar a dignidade e roupa impecavelmente branca. Itapoan descreve com muita propriedade, "O objetivo do formado antigo era tirar com um golpe aplicado com o pé, a Medalha do peito do formando, caso isso acontecesse, o aluno deixava de formar, o que era um vexame!". Por isso o aluno jogava com todos os seus recursos, enfrentando um capoeirista malicioso e técnico até o momento que o Mestre apitasse para encerrar o jogo. Aí, o formando conferia se a medalha continuava presa ao peito, que alivio estava formado! Dando continuidade ao ritual de formatura acontecia as apresentações de maculelê, Samba de Roda, Samba Duro e Candomblé. 7. IUNA: É uma marca registrada da Capoeira Regional de Mestre Bimba, é um toque de berimbau criado pelo Mestre, que era tocado no final das aulas ou em eventos especiais, uma toque onde só os alunos formados tinham acesso a roda, com a obrigatoriedade de realizar um "jogo de floreio", bonito, criativo, curtido, malicioso e que deveria ter movimentos de projeção. Este jogo suscitava muita admiração e emoção. 8. CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO: Era um curso secreto onde só poderia participar os alunos formados por Mestre Bimba. Tinha como objetivo o aprimoramento da capoeira, com uma ênfase para os ensinamentos de defesa e contra-ataque de golpes advindos de um adversário portando armas como: navalha, faca, canivete, porrete, facão e até armas de fogo. Sua duração era de três meses divididos em dois módulos, o primeiro com a duração de sessenta dias e era desenvolvido dentro da academia através de uma estratégia de ensino muito peculiar do Mestre. O segundo com duração de 30 dias e era realizada na Chapada do Rio Vermelho, tinha como conteúdo as "emboscadas", a qual Itapoan assim se refere "Uma verdadeira guerra, verdadeiro treinamento de guerrilha. Bimba colocava quatro a cinco alunos para pegar um de emboscada. O aluno que tivesse sozinho, tinha que lutar até quando pudesse e depois correr, saber correr, correr para o lugar certo". Ao final do curso o Mestre Bimba fazia uma festa aos moldes da formatura e entregava aos concluintes um "Lenço Vermelho" que correspondia a uma titulação de Graduação dos Formandos Especializados. 9. TOQUES DE BERIMBAU : Os Toques de Berimbau Criados por Bimba são: São Bento Grande, Santa Maria, Banguela, Amazonas, Cavalaria, Idalina e Iúna. A rigor cada toque tem um significado e representa um estilo de jogo. São Bento Grande é um toque que tem ritmo agressivo, indica um jogo alto com golpes aprimorados e bem objetivos, um "jogo duro". A Banguela é um toque que chama para um jogo compassado, curtido, malicioso e floreado. Cavalaria é o toque de aviso, chama a atenção dos capoeiristas que chegou estranhos na roda, outrora avisava da aproximação de policiais. Iúna é um toque especial para os alunos formados por Mestre Bimba, incita um jogo amistoso, curtido, malicioso e com a obrigatoriedade do esquente. Santa Maria, Amazonas e Idalina são toques de apresentação. 10. MÚSICAS: As músicas da Capoeira Regional divide-se em: a) QUADRAS: São equenas ladainhas com versos composto de 4 a 6 linhas. b) CORRIDOS: São cantigas com frases curtas que é repetido pelo coro. A Capoeira Regional tem características próprias. Informações e fontes: Estão no Livro Bimba: Perfil do Mestre: de Raimundo Cesar Alves de Almeida (Mestre Itapoan). Discípulo de Mestre Bimba.




Mestre Onça

Grupo Beribazu-DF

Mestre Pastinha - Vida e Obra






Vida de Obra ( Mestre Pastinha)




Vida e Obra


Vicente Ferreira Pastinha (Mestre Pastinha) nasceu em 05 de julho de 1889, Seu pai era um comerciante, dono de um pequeno armazém no centro histórico de Salvador e sua mãe, com a qual ele teve pouco contato, era uma negra natural de Santo Amaro da Purificação e que vivia de vender acarajé e de lavar roupa para famílias mais abastada da c...apital baiana. Mestre Pastinha conheceu a ARTE DA CAPOERIA com apenas 8 anos de idade, quando um africano que chamava carinhosamente de Tio Benedito, ao ver o menino pequeno e magrelo apanhar de um garoto mais velho, resolveu ensinar-lhe a arte da Capoeira. Durante três anos, Pastinha passou tardes inteiras num velho sobrado da Rua do Tijolo, em Salvador, treinando golpes como meia-lua, rasteira, rabo-de-arraia e outros. Ali aprendeu a jogar com a vida e a ser um vencedor. Viveu uma infância feliz, porém modesta. Durante as manhãs freqüentava aulas no Liceu de Artes e Ofício, onde também aprendeu pintura. À tarde, empinava pipa e jogava Capoeira. Aos treze anos era o moleque mais respeitado e temido do bairro. Mais tarde, foi matriculado na Escola de Aprendizes Marinheiros por seu pai, que não concordava muito com a vadiagem do moleque. Conheceu os segredos do mar e ensinou aos colegas as manhas da Capoeira. Aos 21 anos voltou para o centro histórico, deixando a Marinha para se dedicar à pintura e exercer o ofício de pintor profissional. Suas horas de folga eram dedicadas à prática da Capoeira, cujos treinos eram feitos às escondidas, pois no início do século esta luta era crime previsto no Código Penal da República. Em fevereiro de 1941, fundou o Centro Esportivo de Capoeira Angola, no casarão n.º 19 do Largo do Pelourinho. Esta foi sua primeira academia-escola de Capoeira. Disciplina e organização eram regras básicas na escola de Mestre Pastinha e seus alunos sempre usavam calças pretas e camisas amarelas, cores do Ypiranga Futebol Clube, time do coração de Mestre Pastinha. Mestre Pastinha viajou boa parte do mundo levando a Capoeira para representar o Brasil em vários festivais de arte negra. Ele usava todos os seus talentos para valorizar a arte da Capoeira. Fazia versos e chegou a escrever um livro, Capoeira Angola, publicado em 1964, pela Gráfica Loreto. Mestre Pastinha trabalhou muito em prol da Capoeira, divulgou a arte o quanto lhe foi possível e foi reconhecido por muitos famosos que se maravilharam com suas exibições. Aos 84 anos e muito debilitado fisicamente, deixou a antiga sede da Academia para morar num quartinho velho do Pelourinho, com sua segunda esposa, Dona Maria Romélia e a única renda financeira que tinha era a das vendas dos acarajés que sua esposa vendia. No dia 12 de abril de 1981, Pastinha participou do último jogo de sua vida. Desta vez, com a própria morte. Ele, que tantas vezes jogou com a vida, acabou derrotado pela doença e pela miséria. Morreu aos 92 anos, cego e paralítico, no abrigo D. Pedro II, em Salvador. Morreu Mestre Pastinha numa sexta-feira, 13 de Novembro de 1981, vítima de uma parada cardíaca que, no estado frágil em que se encontrava, foi fatal. Pequeno e notável em sua arte, Mestre Pastinha nos deixou seus ensinamentos de vida em muitas mensagens fortes e inesquecíveis como esta: "Ninguém pode mostrar tudo o que tem. As entregas e revelações tem que ser feitas aos poucos. Isso serve na Capoeira, na família e na vida. Há momentos que não podem ser divididos com ninguém e nestes momentos existem segredos que não podem ser contados a todas as pessoas." Mestre Pastinha fala sobre Angola em 10 de Outubro de 1980 Jogo de Capoeira Angola: Na Capoeira de Angola, vale mais a astúcia do que a força muscular. O método de Pastinha, ensinado regularmente desde 1910, consiste em golpes desferidos quase que em câmara lenta. O capoeirista fica a maior parte do tempo com o corpo arqueado e sua ginga é de braços soltos, relaxados, porque a tática era se fazer de fraco diante do oponente. Os golpes não tem pressa de chegar, mas quando chegam o fazem de forma harmoniosa. Muitas pessoas que conheceram a Capoeira Angola acham que ela é menos violenta, pois os golpes são desferidos em câmera lenta, mas às vezes chega a ser mais perigosa que a Capoeira Regional. Como Mestre Pastinha dizia: "Capoeira Angola é, antes de tudo, luta e luta violenta Entendendo: Angola x Regional A Angola: é o estilo mais próximo de como os escravos jogavam a Capoeira, caracterizada por ser mais lenta, movimentos furtivos executados perto do solo. Ela enfatiza as tradições da Capoeira, sua música é lenta e quase sempre está acompanhada por uma bateria completa de instrumentos. Mestre Pastinha (Vicente Ferreira Pastinha) foi quem cunhou o termo Angola e antagoniza a Capoeira Regional de Mestre Bimba (Manoel dos Reis Machado). É comum a primeira vista ver o jogo de Angola como não perigoso ou não elaborado, contudo o jogo Angola se assemelha ao xadrez pela complexidade dos elementos envolvidos. Por não ter uma sistemática estruturada de apredizado como a Regional, seu domínio é muito mais complicado, envolvendo não só a parte mecânica do jogo mas também caracteristicas como sutileza, o subterfúgio, a dissimulação ou mesmo a brincadeira para superar o oponente. Um jogo de Angola pode ser tão ou mais perigoso do que um jogo de Regional.


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Mestre Onça

Grupo Beribazu-DF

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Músisca de Capoeira: Calango do Cerrado - DF

http://youtu.be/hSYd1HQ5RL4

A Música faz uma homenagem aos Brasilienses que são também chamados de "Calangos do Cerrado". Esse Bichinho Lindo que sobrevive à seca e o sol quente do cerradão do DF. Autor e Intérprete: Mestre Onça ( Grupo de Capoeira Beribazu-DF).